O terceiro episódio do Vínculo Podcast trouxe uma discussão essencial sobre como a Inteligência Artificial (IA) Generativa está transformando o cenário educacional, com a participação de George Stein, Doutor e Mestre em Educação e especialista em Engenharia de Aprendizagem. O debate focou no potencial revolucionário da IA, mas alertou para os riscos de se perder o foco no aprendizado e no vínculo humano.
O risco do “atalho cognitivo” no uso da IA
A popularização da IA Generativa, como o ChatGPT, mudou completamente a relação dos estudantes com o conhecimento. Hoje, é possível produzir textos, imagens, vídeos e atividades em segundos.
Mas, segundo Jorge Sten, existe um risco central: confundir tarefa com aprendizagem.
Quando o aluno terceiriza o esforço cognitivo para a IA, cria um “atalho” que prejudica o desenvolvimento de habilidades essenciais.
Pesquisas apontam que 70% dos estudantes do ensino médio já usaram IA para fazer tarefas, muitas vezes sem repertório ou pensamento crítico para avaliar o conteúdo gerado.
O alerta é simples:
A educação deve formar um criador criativo, não um consumidor automático da tecnologia.
O papel insubstituível do professor: inteligência ampliada
Uma das maiores preocupações nas escolas é o medo de que a IA substitua o professor.
O episódio deixa claro: a IA não substitui o educador.
Ensinar, interpretar contextos, acolher emoções e mediar sentidos são processos profundamente humanos. Nenhum algoritmo é capaz de assumir essa função por completo.
Em vez de competição, a IA deve atuar como inteligência ampliada:
uma ferramenta que otimiza tempo, reduz tarefas manuais e permite que o professor se concentre no que realmente importa — a mediação pedagógica e o vínculo com o aluno.
Assim como o Google ou as planilhas se tornaram essenciais há anos, dominar IA será parte natural da prática docente do futuro, desde que usada com ética e responsabilidade.
IA, inclusão e PEI: novas possibilidades para a Educação Especial
Para a Educação Especial, a IA abre um universo de oportunidades.
Estudantes com deficiência muitas vezes têm dificuldade de encontrar conteúdos adequados ao seu ritmo e às suas habilidades específicas.
A tecnologia possibilita:
- flexibilização curricular de forma intencional
- adaptação instantânea de atividades
- personalização real do percurso de aprendizagem
A plataforma Vínculo, por exemplo, usa IA para adaptar conteúdos e gerar materiais acessíveis, inclusive atividades prontas em Braille para estudantes com deficiência visual — algo que poupa horas de trabalho e amplia o acesso.
No Plano Educacional Individualizado (PEI), a IA acelera a criação do documento, melhora a qualidade das descrições e oferece mais clareza às famílias, que muitas vezes se sentem sem informações sobre o progresso de suas crianças.
Desafios éticos e institucionais no uso da IA
A adoção da IA exige que escolas desenvolvam políticas de ética, governança e uso responsável.
É fundamental garantir que os conteúdos gerados estejam alinhados com os valores da instituição — especialmente em escolas confessionais — e que haja processos de revisão e moderação.
A mensagem final do episódio reforça que a mudança é inevitável.
Em vez de temer a tecnologia, as escolas devem aprender a usar a IA para ampliar a riqueza humana, apoiar o desenvolvimento dos estudantes e transformar o processo de aprendizagem.
A IA não é solução mágica. É uma ferramenta poderosa que, usada com propósito, pode colocar o aluno no centro e tornar a educação mais acessível, criativa e inclusiva.
🎧 Assista ao episódio completo
Se você quer entender, de forma prática e sem rodeios, como organizar processos inclusivos, estruturar o PEI, apoiar professores e melhorar a relação com as famílias, este episódio é para você.
👉 Clique aqui para assistir ao Vínculo Podcast – Episódio 3:
Como a inteligência artificial pode contribuir para educação especial e inclusiva